quinta-feira, 14 de abril de 2011

"O Pão nosso de cada dia nos dai hoje"

Bethlehem, cidade onde Jesus nasceu significa em hebraico “ casa do pão”. Na época os romanos dominavam a cidade, e os hebreus sofriam entre outros problemas o da fome. Quando Jesus ensinou aos discípulos a belíssima oração do Pai-Nosso, pedia por achar um direito, “o pão nosso de cada dia” isso tinha um grande significado na vida quotidiana daquele povo, mas hoje perdeu-se num mundo de abundância.


Excerto do livro "Conhecer os alimentos" de Isabel do Carmo



Interpretação feita por Sérgio Biagi Gregório de:


Dai-nos o pão de cada dia


“Dai-nos o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o alimento espiritual para desenvolvimento do nosso Espírito... Uma vez que a lei do trabalho é a condição do homem na Terra, dai-nos a coragem e a força para cumpri-la; dai-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não lhe perder o fruto”.

Inspira-nos sempre bons pensamentos para que tenhamos em mente um trabalho profícuo. E se, porventura, a sociedade nos recusar tal mister, que saibamos ter a necessária resignação para com a vontade divina a nosso respeito.




terça-feira, 29 de março de 2011

Portugal no poço da morte

É assim que Portugal anda, às voltas no poço da morte, sem mãos, de costas, de lado de qualquer maneira. Será que vai cair? ou será que tal como no poço da morte não cai?


A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral

"A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral."

(Marquês de Maricá)

O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."

Martin Luther Kin


Em Portugal muitos corruptos ficam impunes por causa da prescrição de processos, prescrição essa, resultante em muitos casos, da manipulação de influências usada por certos arguidos, com maior poder político e económico.


Não é mais aceitável considerar a corrupção como uma "criminalidade sem vítima". Ela atinge o "cidadão-contribuinte", o "cidadão-consumidor", o "cidadão-ecológico", o "cidadão-democrata", enfim, o cidadão.



segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais vale cair em graça do que ser engraçado

Mais vale cair em graça do que ser engraçado, é um velho provérbio português que encerra muito de verdade.
Já lhe aconteceu fazer tudo na perfeição e ninguém reparar no seu trabalho? e o seu colega ao lado basta-lhe dar um espirro e recebe logo mil gestos de aprovação?
Pois acontece a muito boa gente.
Você fala e ninguém ouve, mas ao lado o primo, o irmão ou o colega repetem o que você disse e todo o mundo fica espantado com tanta lucidez e raciocínio fulgurante.
Cansa lutar contra a maré, mas não se canse porque nasceu para morrer ignorado e sem ser ouvido, também não adianta culpar ninguém, porque se o outro tem esse sucesso todo, das duas uma, ou quem vos ouve é lerdo, ou você é uma pessoa com pouca empatia. Para cair em graça não precisa de ser engraçado, é uma questão de sorte, e quem a tem, que a aproveite.

sábado, 26 de março de 2011

A Grand Place em Bruxelas decorada com mais de um milhão de flores




De dois em dois anos , a cidade de Bruxelas, na Bélgica, é palco de um grande espetáculo: um grande tapete de flores montado na praça central da cidade, a Grand Place.

A tapeçaria de flores ocupa mais de dois mil metros quadrados e é formado por mais de um milhão de begônias e dálias. A Bélgica é a maior produtora de begônias do mundo, e todas as flores do tapete são verdadeiras e cultivadas no próprio país

Este ano, a decoração é dedicada à presidência belga da União Européia (UE).

Nessa edição a própria capital também é homenageada, representada por alguns de seus mais conhecidos símbolos, como a luta entre São Miguel e o dragão.


terça-feira, 22 de março de 2011

Cantata de paz de Sofia de Melo Breyner Anderson



Sofia de Melo Breyner Andresen nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1919 e faleceu em Lisboa, 2 de Julho de 2004 foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.

De origem dinamarquesa pelo lado paterno. O seu bisavô, Jan Heinrich Andresen, desembarcou um dia no Porto e nunca mais abandonou esta região, tendo o seu filho João Henrique comprado, em 1895, a Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Como afirmou em entrevista, em 1993, essa quinta "foi um território fabuloso com uma grande e rica família servida por uma criadagem numerosa".


Criada na velha aristocracia portuense, educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa (1936-39). Colaborou na revista Cadernos de Poesia, onde fez amizades com autores influentes e reconhecidos: Rui Cinatti e Jorge de Sena. Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, apoiando o movimento monárquico e denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. Ficou célebre como canção de intervenção dos Católicos Progressistas a sua "Cantata da Paz", também conhecida e chamada pelo seu refrão: "Vemos, Ouvimos e Lemos. Não podemos ignorar!"


Foi poetisa, contista e escritora de livros infantis

Recebeu inúmeros prémios dos quais destaco:


* 1964 - Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, atribuído a Livro Sexto.

* 1977 - Prémio Teixeira de Pascoaes

* 1979 – Medalha de Verneil da Societé de Encouragement au Progrés, de França

* 1980 – Ordem Militar de Sant’Iago de Espada

* 1983 - Prémio da Crítica, do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pelo conjunto da sua obra

* 1989 - Prémio D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateus

* 1990 - Grande Prémio de Poesia Inasset / Inapa

* 1992 - Grande Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças

* 1994 - Prémio cinquenta anos de Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores

* 1995 - Prémio Petrarca

* 1995 – Homenagem de Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, pelo cinquentenário da publicação do primeiro livro "Poesia"

* 1995 - Outubro – Placa de Honra do Prémio Fransesco Petrarca, Pádua, Itália

* 1996 - Homenageada do "Carrefour des Littératures", na IV Primavera Portuguesa de Bordéus e da Aquitânia

* 1998 - Prémio da Fundação Luís Miguel Nava

* 1999 - Prémio Camões (primeira mulher portuguesa a recebê-lo)

* 2000 - Prémio Rosalia de Castro, do Pen Clube Galego

* 2001 - Prémio Max Jacob Étranger

* 2003 - Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana.


Cantata de paz


Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignorar


Vemos, ouvimos e lemos

Relatórios da fome

O caminho da injustiça

A linguagem do terror


A bomba de Hiroshima

Vergonha de nós todos

Reduziu a cinzas

A carne das crianças


D'África e Vietname

Sobe a lamentação

Dos povos destruídos

Dos povos destroçados


Nada pode apagar

O concerto dos gritos

O nosso tempo é

Pecado organizado.

Fonte: Wikipédia

domingo, 20 de março de 2011

Não abuse da sorte

A criatividade destes inginheiros não tem limites (sem ofensa para os engenheiros). Abusam da sorte pondo em risco a sua própria vida ou a de outros.







O vídeo mostra-nos situações perfeitamente hilariantes, mas ao mesmo tempo de uma falta de responsabilidade e desprezo pela vida.

Meme Literário

O convite para participar no Meme Literário foi-me dirigido pela Valéria. Assim, Memente falando:


1- Existe um livro que você leria várias vezes sem se cansar? Qual?


O Nome Da Rosa – autor Umberto Eco



Decorre em 1927. O mundo cristão está devassado pelas lutas pelo poder, pelos movimentos de reforma espiritual e pelas heresias

Numa importante Abadia Beneditina, vão reunir-se teólogos enviados pelo Papa e pelo Imperador

Guilherme de Baskerville, teólogo imperial, vai para a abadia com o seu noviço, a fim de investigar acusações de heresia, bem como uma série de assassinatos. O teólogo acredita que as mortes na abadia estão de algum modo relacionadas com heresias e com livros misteriosos escondidos na biblioteca. Por sua vez a biblioteca é um labirinto bem guardado onde os livros estão organizados segundo um plano secreto.


2- Se você pudesse escolher apenas um livro para ler o resto da sua vida, qual seria?


Rio Das Flores – autor Miguel Sousa Tavares


É a história de três gerações da família Ribeira Flores, proprietários rurais alentejanos, que tentam manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios. Decorre na primeira metade do sec XX, marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz á liberdade é demasiado difícil de percorrer.

Conta-nos a vida de dois irmãos, o confronto entre o amor à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo desconhecido, entre amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam.


3- Indique três dos seus livros preferidos:


A cidade e as Serras – autor Eça de Queirós



O escritor relata a travessia de Jacinto de Tormes, um ferrenho adepto do progresso e da civilização - da cidade para as serras. Ele troca o mundo civilizado, repleto de comodidades provenientes do progresso tecnológico, pelo mundo natural, selvagem, primitivo e pouco confortável.

A Cidade e as Serras aborda a relação entre as elites e as classes subalternas como faz Jacinto ao reformar a sua propriedade no campo e melhorar as condições vida dos trabalhadores.


O perfume –autor Patrick Suskind



É uma obra fascinante que retrata a realidade de uma época na cidade de Paris. O protagonista, nasce num mercado por baixo de uma banca de peixe onde o cheiro é fétido. Passou parte de sua infância num orfanato, sendo vendido quando jovem, ao dono de um curtume, onde trabalhou duro. Certo dia pelas ruas de Paris sente um cheiro delicioso, o de uma donzela que vendia ameixas. Involuntariamente mata a moça e daí em diante começa a saga que desencadeia uma série de assassinatos. Vai para Grassi uma cidade da França para aprendiz de perfumista, a fim de aprender a preservar perfumes, acabando por conseguir criar o perfume ideal. Jean Batiste ao usar o seu próprio perfume, foi amado ao ponto de ser completamente devorado por aqueles que tiveram contacto com ele naquele momento.


Cisnes Selvagens- autor Jung Chang


Percorre a história da China, desde os tempos feudais dos senhores da guerra (1932) passando pela invasão Japonesa da Manchúria e pela guerra civil entre os comunistas e o Kuomintang de Chang Kai-Chek apoiado pelos americanos, até à barbárie da revolução cultural do PCC de Mao Tsé-Tung, (1978)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fernando Pessoa - Poema do menino Jesus - por Maria Bethania

Dedico ao meu neto Gonçalo este poema de Fernando Pessoa, dito por Maria Betânia.
Poema do Menino Jesus

Cantares do Alentejo


O cante alentejano tem a sua origem na herança cultural deixada pelos árabes no nosso País
Nasceu no campo em função do trabalho. Foi uma necessidade sentida pelos trabalhadores para lhes aconchegar o espírito e lhes aliviar o corpo. Nasceu nas idas e nas vindas do trabalho e cultivou-se na dureza da azáfama.
Era o grito grito que aliviava, um suspiro que tornava menos amarga a dureza da vida.

“Os cantadores, geralmente homens do campo, cantam em grupo, divididas as vozes em três naipes: o Ponto, o Alto e as Segundas vozes. A função do Ponto é iniciar a moda, retornada depôs pelo Alto, e em seguida pelas segundas vozes, constituindo assim o coro.


Meio-dia. O sol a prumo cai ardente,
Dourando tudo…ondeiam nos trigais
D´ouro fulvo, de leve…docemente…
As papoulas sangrentas, sensuais…

Andam asas no ar; e raparigas,
Flores desabrochadas em canteiros,
Mostram por entre o ouro das espigas
Os perfis delicados e trigueiros…

Tudo é tranqüilo, e casto, e sonhador…
Olhando esta paisagem que é uma tela
De Deus, eu penso então: onde há pintor,

Onde há artista de saber profundo,
Que possa imaginar coisa mais bela,
Mais delicada e linda neste mundo?

Poema de Florbela Espanca

Tourada - Fernando Tordo - 1973

Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.

Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram asa canções.