segunda-feira, 14 de março de 2011

Cantares do Alentejo


O cante alentejano tem a sua origem na herança cultural deixada pelos árabes no nosso País
Nasceu no campo em função do trabalho. Foi uma necessidade sentida pelos trabalhadores para lhes aconchegar o espírito e lhes aliviar o corpo. Nasceu nas idas e nas vindas do trabalho e cultivou-se na dureza da azáfama.
Era o grito grito que aliviava, um suspiro que tornava menos amarga a dureza da vida.

“Os cantadores, geralmente homens do campo, cantam em grupo, divididas as vozes em três naipes: o Ponto, o Alto e as Segundas vozes. A função do Ponto é iniciar a moda, retornada depôs pelo Alto, e em seguida pelas segundas vozes, constituindo assim o coro.


Meio-dia. O sol a prumo cai ardente,
Dourando tudo…ondeiam nos trigais
D´ouro fulvo, de leve…docemente…
As papoulas sangrentas, sensuais…

Andam asas no ar; e raparigas,
Flores desabrochadas em canteiros,
Mostram por entre o ouro das espigas
Os perfis delicados e trigueiros…

Tudo é tranqüilo, e casto, e sonhador…
Olhando esta paisagem que é uma tela
De Deus, eu penso então: onde há pintor,

Onde há artista de saber profundo,
Que possa imaginar coisa mais bela,
Mais delicada e linda neste mundo?

Poema de Florbela Espanca

5 comentários:

  1. Olá Emília!
    Tenho, ultimamente, me aproximado muito da cultura portuguesa e quanto mais leio e assisto imagens como essa, mais me encanto!
    Como é rica a cultura e nesse caso, como é bacana ver a história cantada. O poema finalizou com chave de ouro! Florbela Espanca é admirável!
    Grande beijo,
    Jackie

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  2. Emília, eu vivo dizendo à minha mulher que se eu tivesse uma capacitação profissional um pouco melhor, eu gostaria de viver em Portugal, de preferência em cenários bucólicos, tais quais você lindamente exemplifica nas fotos.

    É uma pena a crise econômica por qual passa Portugal, mas ainda quero percorrer o Tejo e o Minho e parar em verões pela Madeira e Açores.

    Emociono-me com o canto português também porque minha cidade [e de ascendência açoriana, e no sul do Brasil a alma européia e bucólica preenche os corações.

    Belas vizes, bela melodia! Boa semana para ti!

    Beijos!

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  3. OI Emilia obrigada por partilhar essa postagem e as fotos, olha a ultima foto é encantadora, amo o campo, já morei no interior e foi um dos melhores momentos!!

    Tudo é tranqüilo, e casto, e sonhador…
    Olhando esta paisagem que é uma tela
    De Deus, eu penso então: onde há pintor,

    Onde há artista de saber profundo,
    Que possa imaginar coisa mais bela,
    Mais delicada e linda neste mundo?
    Te desejo um belo dia amiga!!!!!!!!

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  4. Lindo, lindo! Sabes que eu sou Alentejana? O meu Alentejo (Alto) sempre foi verdinho e cheio de riachos e barragens. Muitos olivais, muita vinha, muito pinhal, muito chaparral, muitas flores! Essas cantigas cantam-se à desgarrada na tasca, quando os amigos se encontram e já levam um grãozinho na asa... rsrs

    Adorei, Emília!

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  5. Oi querida Emília,
    Que lindo, tudo!
    Esta ruazinha, com casas branquinhas...
    Que paisagens!
    Assim como a minha querida Jackie, não sei bem o motivo, tenho sentido vontade de voltar para casa. Quer dizer: A terra mãe!
    Um dia quem sabe, deitarei em seu (dela) colo, e sentirei todo o frescor do inicio de tudo...
    Seja feliz querida. Aproveite esta delícia, por todos nós.
    Eu sou assim, igual a Dona Neide, uma eterna enamorada pelo belo!
    Grande beijo.

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